DBO - DQO - Matéria Orgânica na Água


DBO e DQO - Matéria Orgânica na água:


Análise (DBO)


A DBO de uma amostra de água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável. A DBO é normalmente considerada como a quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica. Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação de 20 °C é freqüentemente usado e referido como DBO 5,20.Os maiores acréscimos em termos de DBO, num corpo d'água, são provocados por despejos de origem predominantemente orgânica.


A presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir à completa extinção do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática.Um elevado valor da DBO pode indicar um incremento da micro-flora presente e interferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis e ainda, pode obstruir os filtros de areia utilizadas nas estações de tratamento de água.


Pelo fato da DBO somente medir a quantidade de oxigênio consumido num teste padronizado, não indica a presença de matéria não biodegradável, nem leva em consideração o efeito tóxico ou inibidor de materiais sobre a atividade microbiana.


Demanda Química de Oxigênio (DQO)---É a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica através de um agente químico. Os valores da DQO normalmente são maiores que os da DBO, sendo o teste realizado num prazo menor e em primeiro lugar, servindo os resultados de orientação para o teste da DBO. O aumento da concentração de DQO num corpo d'água se deve principalmente a despejos de origem industrial.


Pesquisa: Airton Engster dos Santos e Jorge Scherer

Parâmetros Físicos da Água


Temperatura

A temperatura da água é um fator que influencia a grande maioria dos processos físicos, químicos e biológicos na água, assim como, outros processos como a solubilidade dos gases dissolvidos. Uma elevada temperatura faz diminuir a solubilidade dos gases, por exemplo, o oxigênio dissolvido, além de aumentar a taxa de transferência de gases, o que pode gerar mau cheiro, no caso da liberação de gases com odores desagradáveis.Os organismos aquáticos possuem limites de tolerância térmica superior e inferior, temperaturas ótimas para crescimento, temperatura preferencial em gradientes térmicos e limitações de temperatura para migração, desova e incubação do ovo. Variações de temperatura são partes do regime climático normal e corpos d'água naturais apresentam variações sazonais e diurnas, bem como estratificação vertical.

Cor

A cor é originada de forma natural, da decomposição da matéria orgânica, principalmente dos vegetais - ácidos húmicos e fúlvicos, além do ferro e manganês. A origem antropogênica surge dos resíduos industriais e esgotos domésticos. Apesar de ser pouco freqüente a relação entre cor acentuada e risco sanitário nas águas coradas, a cloração da água contendo a matéria orgânica dissolvida responsável pela cor pode gerar produtos potencialmente cancerígenos, dentre eles, os trihalometanos.

Turbidez

A turbidez representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água, conferindo uma aparência turva à mesma. A alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada submersa e algas. Esse desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua vez, suprimir a produtividade de peixes. Logo, a turbidez pode influenciar nas comunidades biológicas aquáticas.


Pesquisa: Airton Engster dos Santos e Jorge Scherer

Matéria Orgânica nas águas e Oxigênio Dissolvido


Um rio ou um lago é sempre rico em matéria orgânica (alimento) e bactérias.

Para que as bactérias sobrevivam e se multipliquem é necessário haver alimento (matéria orgânica) e oxigênio. Se houver muitos alimentos, as bactérias se multiplicarão em demasia e disputarão entre si todo o oxigênio disponível; dessa forma, o oxigênio tende a acabar e as bactérias a morrerem, transformando-se em mais alimento disponível (afinal elas são matérias orgânicas também). Acabado o oxigênio, as águas do rio ou do lago serão incapazes de sustentar a vida aeróbia (isto é, a vida de todos os organismos que habitam as águas e necessitam oxigênio para viver). Dessa forma, tem sempre que haver um limite de matéria orgânica que pode ser lançada a um rio ou a um lago, para que o oxigênio existente não desapareça e com isso o rio ou lago "morram".
Um esgoto a céu aberto que deságua em um rio é uma fonte enorme de matéria orgânica, diz-se, assim, que a DBO desse esgoto é alta ou, que quer dizer, as águas do esgoto irão exigir um alto consumo de oxigênio do rio, exatamente por serem ricas em matéria orgânica.
O tratamento de esgotos nada mais é que uma forma de reduzir essa DBO, antes que o esgoto atinja o rio (ou o lago), para preservar seu oxigênio e também, em alguns casos, eliminar matérias orgânicas vivas transmissoras de doenças para o homem.
Alguns exemplos de DBO: as águas servidas de uma refinaria de açúcar chegam a ter DBO de 6.000 miligramas por litro, o que significa que a cada litro dessas águas despejado num rio farão com que 6.000 mg ou seja, 6g do oxigênio dissolvido na água do rio desapareçam.
Nos esgotos não tratados (esgotos domésticos), cada pessoa é responsável (em média) pelo desaparecimento de 54 gramas diárias de oxigênio existentes nas águas do rio (ou lago) onde esse esgoto é despejado.
Dessa forma, sendo a água doce um bem raro, qualquer tratamento prévio para reduzir a DBO (fossa séptica, filtro biológico etc.) será de grande importância na preservação dos corpos d’água, dos quais dependemos para viver.

Pesquisa: Airton Engster dos Santos e Jorge Scherer

Viva o Taquari Vivo






Viva o Taquari Vivo 2007

Rio Taquari foi beneficiado com ação voluntária de coleta de resíduos sólidos (lixo) e pesquisa. A ação foi organizada pela Acil (Associação Comercial e Industrial de Lajeado), Parceiros Voluntários e Aepan-ONG – Associação Estrelense de Proteção ao Ambiente Natural em junho de 2007. Na segunda edição do “Viva o Taquari Vivo”, realizada em abril de 2008 a parceria foi com a UNIVATES. Diversas prefeituras do Vale do Taquari e empresas deram apoio à iniciativa.

A ação se consistiu em retirar resíduos sólidos das margens do Rio Taquari e também de suas águas. O espaço escolhido para limpeza nas duas edições foi estipulado desde a foz do Arroio Boa Vista até a foz do Arroio Estrela, nas duas margens do Rio Taquari, compreendendo uma extensão aproximada de 4,5 km. Com voluntários, embarcações, caminhões foram recolhidos resíduos como: ferro, plástico, pano, caixa de leite, garrafas pett, borracha, isopor, pneu, papelão, vidro e madeira.

O objetivo é desenvolver a consciência preservacionista nas comunidades atingidas pelo leito do Rio Taquari e gerar dados futuros através da pesagem, da quantificação e qualificação dos resíduos coletados durante a ação, que facilitem futuras comparações e estudos aprofundados da situação ecológica.

Estrela (Aepan), é preciso “conhecer e tocar a natureza do rio para formar consciência de sua importância e considerações quanto aos recursos hídricos”.

Airton Engster dos Santos

Rio Taquari-RS


Oxigênio Dissolvido


Do ponto de vista ecológico, o oxigênio dissolvido na água é uma variável extremamente importante, haja vista que a maioria dos organismos necessita deste elemento para a respiração.
A quantidade de oxigênio dissolvido depende da temperatura da água (lembram da solubilidade dos gases?) e da pressão atmosférica. Quanto maior a pressão, maior a dissolução, e quanto maior a temperatura, menor a dissolução desse gás.
Naturalmente existem duas fontes de oxigênio para os sistemas aquáticos: o primeiro é a atmosfera, como vimos, e o segundo é a fotossíntese, realizada pelos seres vivos. Por isso a medida de oxigênio é muito importante para se determinar o estado de saúde do sistema. Quando se têm pouco oxigênio, é provável que haja algum problema no sistema. Por exemplo, despejo de esgotos ou retirada de areia do fundo. Essa retirada levanta o material depositado no fundo (sedimento), promovendo o aumento da decomposição e conseqüente diminuição do oxigênio pela demanda microbiana.

Existe, como em todos os outros parâmetros, uma variação da quantidade de oxigênio. Nos casos apresentados os valores estão em porcentagem de saturação deste gás, que é a porcentagem existente de gás na água de acordo com o máximo possível. Esse máximo é determinado pela temperatura e pela pressão. Por exemplo, a uma pressão de 760 mmHg, 100% de umidade relativa a uma temperatura de 0º C, solubilizam-se 14,6 mg de oxigênio por litro de água, enquanto que nas mesmas condições e à temperatura de 30º C, solubilizam-se apenas 7,59 mg de oxigênio por litro de água, ou seja, cerca da metade do valor a 0º C.

Airton Engster dos Santos e Jorge Scherer

Rio Taquari-RS


pH e alcalinidade

O termo pH (potencial hidrogeniônico) é usado universalmente para expressar o grau de acidez ou basicidade de uma solução, ou seja, é o modo de expressar a concentração de íons de hidrogênio nessa solução. A escala de pH é constituída de uma série de números variando de 0 a 14, os quais denotam vários graus de acidez ou alcalinidade. Valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam aumento de acidez, enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade.

As medidas de pH são de extrema utilidade, pois fornecem inúmeras informações a respeito da qualidade da água. Às águas superficiais possuem um pH entre 4 e 9. As vezes são ligeiramente alcalinas devido à presença de carbonatos e bicarbonatos. Naturalmente, nesses casos, o pH reflete o tipo de solo por onde a água percorre. Em lagoas com grande população de algas, nos dias ensolarados, o pH pode subir muito, chegando a 9 ou até mais. Isso porque as algas, ao realizarem fotossíntese, retiram muito gás carbônico, que é a principal fonte natural de acidez da água. Geralmente um pH muito ácido ou muito alcalino está associado à presença de despejos industriais. A determinação do pH é feita através do método eletrométrico, utilizando-se para isso um peagômetro digital.

A alcalinidade representa a capacidade que um sistema aquoso tem de neutralizar (tamponar) ácidos a ele adicionados. Esta capacidade depende de alguns compostos, principalmente bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. A alcalinidade é determinada através da titulação.


Airton Engster dos Santos e Jorge Scherer
E-mail:
aepan.ong@gmail.com

Rio Taquari - Transparência da Água


A transparência da água

A transparência da coluna d’água pode variar desde alguns centímetros até dezenas de metros. Essa região da coluna d’água é denominada zona eufótica e sua extensão depende, principalmente, da capacidade do meio em atenuar a radiação subaquática. O limite inferior da zona eufótica é geralmente assumido como sendo aquela profundidade onde a intensidade da radiação corresponde a 1% da que atinge a superfície.

Do ponto de vista óptico, a transparência da água pode ser considerada o oposto da turbidez. Sua avaliação de maneira mais simples é feita através de um disco branco de 20 a 30 cm de diâmetro, denominado disco de Secchi. A medida é obtida mergulhando-se o disco branco no lado da sombra do barco, através de uma corda marcada. A profundidade de desaparecimento do disco de Secchi corresponde àquela profundidade na qual a radiação refletida do disco não é mais sensível ao olho humano. A profundidade obtida em metros é denominada transparência de disco de Secchi.

Airton Engster dos Santos e Jorge Scherer

Rio Taquari-RS 2007

Aepan-ONG divulgou estudo
sobre o Rio Taquari em 2007

De maneira geral as águas do Rio Taquari em 2007, podem ser consideradas de classe 1 conforme resolução do CONAMA que classifica as águas doces em cinco categorias (especial e Classes 1, 2, 3, 4). A informação é da Aepan-ONG que faz monitoramento do Rio há três anos. Águas de classe 1 são indicadas ao abastecimento domestico, após tratamento convencional; Proteção das comunidades aquáticas; Recreação de contato primário (natação, mergulho e esqui aquático) Irrigação de plantas frutíferas e hortaliças.
No Rio Taquari, houve uma diminuição de oxigênio dissolvido nos meses de verão, porém não baixou dos níveis de segurança (ficou sempre acima de 6 miligramas por litro). Nas outras estações níveis de oxigênio dissolvido ótimo.
Temperaturas muito altas favorecem a diminuição de Oxigênio dissolvido (diminui sua solubilidade). Nos meses de verão houve aumento da temperatura da água, porém o nível de oxigênio dissolvido embora tenha apresentado queda na sua concentração ficou com concentração aceitável. Demais meses do ano, temperatura da água normal, não apresentando choque térmico.
Nas águas do Rio Taquari, em 2007, a variação do pH se deu entre 6,8 e 7,5, portanto normal (neutro e ideal para organismos aquáticos).
A transparência da coluna d’água do Rio Taquari variou desde trinta centímetros em maio até um metro em abril. O recomendável é maior que cinqüenta centímetros.
A matéria orgânica ficou dentro da faixa aceitável apenas nos meses de abril, junho e dezembro (limpa). Nos demais meses do ano esteve muito acima do recomendável (mais turva). Este é um dos graves problemas do Rio Taquari. Matéria orgânica proveniente de esgotos cloacais.
Duas cheias foram verificadas em 2007: A primeira em julho, atingiu a cota de 24,52 metros e a segunda em setembro chegando a 26,25 metros, medidas no Porto de Estrela.
Outros dois problemas foram constatados pelos ambientalistas: Erosão nas barrancas, especialmente no buraco dos cachorros e atrás da empresa Granóleo; Também a grande quantidade de lixo jogado nas barrancas como: plástico, ferro, madeira, isopor e pano.
Com relação à amplitude térmica, a maior temperatura atmosférica (ar) foi verificada no mês de Janeiro com 38 °C na sombra e a menor, O,5 °C em julho de 2007.
A precipitação pluviométrica (chuva) na área da bacia Taquari-Antas chegou a 1.684 milímetros no ano de 2007. O mês com maior quantidade de chuva foi setembro com 255 milímetros e com menor precipitação, novembro com 50 milímetros.
Mais informações podem ser obtidas na Aepan-ONG pelo E-mail aepan.ong@gmail.com – Estrela-RS – Celular: (51) 9132-2266 com Airton Engster dos Santos e Jorge Scherer.

Rio Taquari-RS 2006

2006 - Aepan-ONG divulgou
trabalho sobre condições da água do Rio Taquari

A Aepan-ONG, divulgou trabalho sobre o comportamento do Rio Taquari no transcorrer do ano de 2006.
Os principais problemas ocorreram durante o verão muito quente que elevou a temperatura da água causando stress para vida aquática. Aumentos de temperatura podem resultar na redução do oxigênio dissolvido e no consumo de oxigênio devido à estimulação das atividades biológicas. Houve proliferação de algas. No entanto o oxigênio Dissolvido sempre ficou em níveis aceitáveis, fundamental para a manutenção das comunidades aquáticas aeróbicas. O oxigênio dissolvido provém naturalmente de processos cinéticos e fotossintéticos. Varia em função da temperatura da água e pressão atmosférica.
Durante o inverno, junho, agosto e setembro, ocorreram pequenas cheias em virtude da precipitação pluviométrica causando turbidez elevada nas águas do Rio Taquari. Nos meses de janeiro, novembro e dezembro também a turbidez ficou alta. Nos demais meses do ano normal. A turbidez mede a resistência da água à passagem da luz. É uma característica das águas correntes, podendo aumentar nos períodos chuvosos.
A poluição orgânica, com exceção de maio e outubro sempre ficou acima dos níveis aceitáveis. É a quantidade de oxigênio consumida na oxidação biológica da matéria orgânica. Demanda Bioquímica de Oxigênio é o parâmetro mais usual de indicação de poluição orgânica. Altos índices podem gerar a diminuição e até a extinção do oxigênio presente nas águas; nessas condições, os processos aeróbicos de degradação orgânica podem ser substituídos por outros anaeróbicos, gerando alterações substanciais no ecossistema, inclusive com a extinção das formas de vida oxigênio-dependentes.
O pH é o símbolo para a
grandeza físico-química 'potencial hidrogeniônico'. Essa grandeza (potencial hidrogeniônico) é um índice que indica o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. No caso do Rio Taquari, conforme resultados obtidos pela Aepan-ONG, se manteve em níveis aceitáveis durante todo o ano.
Demais análises químicas normais. Água inodora, com ausência de espuma ou vermes vermelhos.
Foram constatados ainda nos locais de coleta de amostra, a presença de cardumes de peixes e caramujos. Na mata ciliar, presença de passáros e libélulas. Com relação a mata ciliar, nos diversos pontos visitados se verifica a ação do homem através do desmatamento e quantidade enorme de lixo jogado nas barrancas e até dentro do Rio Taquari.
Airton Engster dos Santos e Jorge Scherer – Ambientalistas