Gilberto Moacir da Silva (Governamental), Airton Engster dos Santos (Sociedade Civil) e Pablo Souto Palma (Empresarial) - Delegados de Estrela-RS para 4ª Conferencia Estadual do Meio Ambiente

Foto da Conferência Municipal do Meio Ambiente de Estrela-RS

Delegados de Estrela para - 4ª CONFERÊNCIA DO MEIO AMBIENTE DO RS DEBATE A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS...

Gilberto Moacir da Silva (Governamental), Airton Engster dos Santos (Sociedade Civil) e Pablo Souto Palma (Empresarial).

O Governo do Estado promove, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), no próximo fim de semana (31 de agosto e 1º de setembro), a 4ª Conferência Estadual do Meio Ambiente (4ª Cema), na qual os gaúchos debaterão um dos principais desafios das cidades neste Século 21: a gestão dos resíduos sólidos. O encontro, resultado de um processo que mobilizou cerca de 200 cidades gaúchas nos últimos meses, será realizado no Centro de Eventos do Plaza São Rafael (Av. Alberto Bins, nº 509, Porto Alegre/RS) e definirá as sugestões do Rio Grande do Sul para a 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (4ª CNMA), de 24 a 27 de outubro de 2013, em Brasília.

A etapa estadual dará continuidade ao debate a partir das prioridades e sugestões levantadas pelas fases anteriores, nos municípios. Esse processo de discussão é aberto ao público em geral, que poderá participar por meio de inscrição no local e dias da conferência. Estão previstas palestras, tais como a do coordenador Executivo da 4ª CNMA, Geraldo Abreu.

Os encaminhamentos, segundo as regras estabelecidas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), serão de responsabilidade dos delegados já constituídos (eleitos e natos). Esses representantes elencarão as vinte sugestões - a partir dos quatro eixos sugeridos pelo MMA (Produção e Consumo Sustentável; Redução dos Impactos Ambientais; Geração de Emprego e Renda; e Educação Ambiental) - que o Estado levará para Brasília e, também, elegerão a delegação gaúcha para a etapa nacional (no máximo, 50 delegados). 

Inclusão, consórcios e logística reversa

"Nosso objetivo é promover uma ampla participação de todos os gaúchos para o enfrentamento desse desafio", diz o secretário do Meio Ambiente, Neio Lúcio Fraga Pereira. Por isso, de acordo com ele, além da 4ª Cema, o Governo elabora desde o ano passado o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (Pers), que agora entrou em sua fase final e será concluído em 2014. Nessa última etapa, uma empresa já licitada fará um diagnóstico detalhado nos municípios do Estado. Também serão realizadas várias audiências públicas regionais.

Dessa forma, a ideia é provocar de maneira gradual e contínua mudanças nos hábitos da sociedade quanto à geração e destinação final dos resíduos sólidos. "Nesse sentido, uma das principais metas do Pers - e também tema da conferência estadual - será a de unir a promoção de soluções nessa área, com o objetivo de garantir uma cada vez maior capacidade de reciclagem com a lógica da inclusão econômica, gerando renda e emprego", explica o secretário.

Para o coordenador do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (Pers) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema,) Luiz Henrique Machado do Nascimento, o momento é ideal para a sociedade trocar informações e buscar caminhos que garantam avanços mais rápidos na gestão de resíduos. No caso da implantação de aterros sanitários mais adequados, por exemplo, ele defende as vantagens dos consórcios municipais, que podem representar economia às cidades. Nascimento ressalta ainda a importância de desenvolver melhores práticas de logística reversa, além dos cuidados com os resíduos especiais.

Já a coordenadora executiva do 4ª Cema, Gislaine Pacheco, destaca as medidas inovadoras na área da educação ambiental. "Esse elemento está presente nas escolas e deve ser ampliado, mas temos ampliar e encontrar uma linguagem mais adequada para promover e engajar os adultos na educação ambiental, até como multiplicadores de ações", defende ela.

4ª Conferência Estadual do Meio Ambiente 
Quando: 31 de agosto e 1º de setembro;
Local: Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael (Av. Alberto Bins, nº 509, Porto Alegre/RS); 
Horário: Dia 31, das 8h às 18. Dia 1º, das 9h às 17h; 
Como participar: Encontro aberto ao público, que poderá participar dos debates; Inscrições: No local, nos dias 31 e 1º; 
Quem vota: Delegados já constituídos, conforme legislação da 4ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. 

Programação 
Sábado, dia 31/08 
Manhã 8h às 9h - Recepção de boas-vindas com café 
9h - Cerimônia de Abertura 
10h30 - Leitura e aprovação do Regimento Interno 
11h - Palestra sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos - Geraldo Abreu: Coordenador Executivo da 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, do Ministério de Meio Ambiente. 
12h - Apresentação sobre "Situação Socioeconômica dos Catadores no Rio Grande do Sul" (Ipea) - Daniela Gomes Mettelo: coordenadora do Comitê Interministerial para Inclusão dos Catadores - Secretaria Geral da Presidência da República. 
12h30 - Intervalo para almoço 
Tarde 14h - Trabalhos nos grupos 
Eixo Temático 1 - "Produção e Consumo Sustentáveis" 
14h - Palestra - Alexandre Sartori: Membro do Conselho Regional de Farmacêuticos do RS (CRFRS) e representante do Conselho no GT que trata de descarte correto de medicamentos 
14h45 - Debates nos grupos para as priorizações das ações 

Eixo Temático 2 - "Redução dos Impactos Ambientais" 
14h - Palestras - Darci Barnech Campani: Diretor da Secção Gaúcha da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRGS e Assessor de Gestão Ambiental do Reitor da UFRGS. Jackson Müller: Professor do Curso de Ciências Biológicas, Gestão Ambiental e Engenharia Ambiental da Unisinos. 
14h45 - Debates nos grupos para as priorizações das ações 

Eixo temático 3 - "Geração de Trabalho, Emprego e Renda" 
14h - Palestra - José Aparecido Gonçalves: Diretor Executivo e Coordenador de Mobilização Social do Centro Mineiro de Referência em Resíduos. 
14h45 - Debates nos grupos para as priorizações das ações 

Eixo temático 4 - "Educação Ambiental" 
14h - Palestras - Ângela Guimarães: Secretária Adjunta Nacional de Juventude, Vice-Presidente do Conselho Nacional da Juventude. Jurandir Maciel: Deputado estadual, coordenador e relator das subcomissões de Resíduos Sólidos e de Divisão das Macro e Microrregiões de Saúde no RS. 
14h45 - Debates nos grupos para as priorizações das ações 

18h - Encerramento do dia 

Domingo, dia 01/09 
9h - Plenária Final, com explanação inicial sobre a importância da etapa final de elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS). Presença do coordenador do plano, Luiz Henrique Machado do Nascimento, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. 
12h - Intervalo para almoço 
14h - Eleição dos Delegados à Conferência Nacional 
17h - Encerramento

Comissão formada para discutir a relação da suinocultura com os recursos hídricos - Taquari-Antas


Comissão formada para discutir a relação da suinocultura com os recursos hídricos

Em reunião no dia 23/08, representantes do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, do poder público, entidades empresariais, da cadeia produtiva da suinocultura, indústrias, produtores, prefeituras municipais e pesquisadores, estiveram reunidos para discutir a cadeia da suinocultura. O grupo salienta os avanços que houveram nos últimos períodos na produção de suínos, no entanto, todos percebem a necessidade de implantar uma visão sistêmica para a referida cadeia, tanto considerando aspectos produtivos, tecnológicos, quanto de gestão territorial. Para tanto, os conhecimentos já adquiridos deverão fazer parte de uma proposição de gerenciamento desta na Bacia Hidrográfica. Três temas serão os norteadores do trabalho inicial: 1) Manual de gestão e boas práticas na Suinocultura: como proposição de que este seja um acordo social, de gestão e tecnológico, com indicativos para as prefeituras municipais, produtores, indústria, Estado; 2) necessidade de diálogo com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, FEPAM, órgãos de licenciamento ambiental municipais, entre outros, para discutir toda cadeia produtiva, desde parâmetros legais, até a sugestão de homogeneização de processos e procedimentos; 3) Ferramentas de Gestão que devem ser trabalhadas para dar condições de decisão quando da implantação, ampliação, de empreendimentos da suinocultura na Bacia Hidrográfica. Para iniciar os encaminhamentos dos referidos temas, grupo de trabalho foi formado com representantes do Sindicato das Indústrias de Produtos de Suínos, as empresas integradoras, prefeituras, Patran, Sindicatos de Trabalhadores Rurais e Comitê da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas. A reunião desta Comissão está agendada para dia 06 de setembro, às 13h 30min, na sala 200 do prédio 07, na Univates. 
Fonte: Secretaria Executiva

Enchente do Rio Taquari causa dezenas de desabrigados









Enchente causa mais de uma centena de desabrigados em Estrela

Enchente do Rio Taquari, que atingiu 23,83 metros, ou seja, 10,73 metros acima do nível normal, conforme medida da régua do Porto de Estrela, mobilizou autoridades e Defesa Civil do município.

Ás 23 horas do dia 25 de agosto de 2013, o Rio Taquari estabilizou trazendo tranqüilidade para população.

A precipitação pluviométrica chegou em média a 167 milímetros (conforme dados coletados pela Defesa Civil de Estrela, pelo técnico Cleto Werle) na Bacia do Taquari-Antas que causou diversos transtornos e alagamentos em todo Vale.

Em Estrela, 30 famílias desabrigadas e 86 desalojadas. 

Os desabrigados foram removidos para o Ginásio Ito Snel do Colégio Martin Luther. Já os desalojados foram para casa de parentes e amigos. Uma senhora foi retirada pela UTI Móvel da Prefeitura de Estrela, e conduzida ao abrigo, por problemas de locomoção.

Jorge Both, da Defesa Civil de Estrela, coordenou as atividades de monitoramento e retirada dos atingidos pelo alagamento.

Uma Unidade Móvel, coordenada pelo Agente Carlos Bremm, percorreu as áreas de risco, orientando a população para necessidade de remoção, na mesma medida em que as águas subiam, de acordo com o Plano de Contingência do município de Estrela, elaborada pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil. Atividade de campo iniciada às 19 horas do dia 24 e concluída às 23 horas do dia 25 de agosto, totalizando 28 horas ininterruptas de trabalho.

Também participaram da operação os secretários municipais, Henrique Laguemann, Cristiano Nogueira da Rosa, Luis Kalsing e o adjunto da Secretaria da Saúde, Fabiano Diehl durante todo tempo de duração das atividades. O Prefeito Municipal Carlos Rafael Mallmann, acompanhou toda operação, inclusive na Sede da Defesa Civil de Estrela.

De hora em hora as operações e orientações da Defesa Civil de Estrela foram sendo divulgadas nas redes sociais.

Além dos caminhões da Prefeitura de Estrela, também de empresas particulares (Morelli e Rapidão São Paulo, Transportadora Trânsito) apoiaram na retirada da população atingida pelas águas.

Locatelli Sub-Chefe Defesa Civil Estadual, Tenente Coronel Vinícius Renner – Coordenador Regional, e Coordenador da Defesa Civil de Estrela - Jorge Both, se reuniram no dia 25 para avaliar a situação tendo em vista que nosso município era centro das preocupações devido as fortes chuvas que caíram na região. Mas segundo Both, a situação de retirada de pessoas das áreas de risco estava transcorrendo de forma prática e organizada.

Texto e fotos – Airton Engster dos Santos

Combater as perdas de água


Porto de Estrela-RS


Combater as perdas de água

Nosso maior manancial está em nossa ineficiência. Combatê-la é uma forma eficaz de responder às legitimas manifestações populares pela melhora na qualidade dos serviços públicos", constatam Gesner Oliveira, economista, professor da EASP-FGV, sócio da GO Associados e ex-presidente do Cade e da Sabesp, Rogerio Pilotto, sênior de investimentos para infraestrutura da IFC e Fernando S. Marcato, professor de pós-graduação de Direto da Infraestrutura da FGV e sócio da GO Associados, em artigo publicado no jornal Valor, 19-08-2013.

Segundo eles, "a sustentabilidade do uso dos recursos hídricos não se limita às ações de consumo racional da água - indispensáveis para reduzir o desperdício pela população. É fundamental que a agenda ambiental e social acolha a eficiência operacional e redução das perdas de água como vetor para a preservação do meio ambiente e qualidade dos serviços públicos".

Eis o artigo.

A cada 100 litros de água tratada produzida no Brasil, cerca de 40 litros não chegam aos usuários ou não são cobrados. Esta é uma das evidências alarmantes destacadas em estudo realizado pela International Finance Corporation - IFC, braço para o setor privado do Banco Mundial. As companhias de saneamento brasileiras perdem em média mais do que o dobro daquilo considerado padrão internacional satisfatório (10 a 15%).

Reduzir perdas significa, portanto, atender mais usuários com a mesma quantidade de água retirada da natureza. Nosso maior manancial está em nossa ineficiência. Combatê-la é uma forma eficaz de responder às legitimas manifestações populares pela melhora na qualidade dos serviços públicos. Só é possível oferecer melhores serviços públicos a preços módicos se houver mais eficiência, isto é, se se produzir mais com menos. No setor de saneamento, reduzir perdas permite postergar investimentos em captação, bem como aumentar a receita das concessionárias, atenuando a necessidade de aumentos reais significativos das tarifas.

Se os atuais níveis de perda de água fossem reduzidos em 50% estima-se que as concessionárias de saneamento teriam ganho adicional de R$ 37 bilhões nos próximos 17 anos. Esse valor corresponde a quase quatro vezes o investimento médio anual em saneamento no país.

As perdas de água têm duas origens: as físicas e as comerciais. As perdas físicas são causadas por redes antigas, vazamentos e extravasamento em função de pressão irregular na rede de distribuição. Ligações ilegais e roubo de água também contribuem para o problema. As perdas comerciais derivam de hidrômetros desregulados, incapacidade de cobrança, cadastro de usuários incompleto, além de fraude de medidores.

Nos últimos anos o tema da água passou a integrar, ainda que timidamente, a pauta ambiental de governos e organizações não governamentais. Iniciativas como a pegada hídrica, que procura aferir quanto determinada atividade econômica consome de água, se multiplicaram.

Governos têm promovido campanhas de conscientização do uso racional da água. A proteção de mananciais, por meio da desocupação de suas margens, despoluição e plantio de árvores constituem práticas recorrentes de entidades ambientalistas.

Pouca atenção, porém, tem sido dada à questão da eficiência operacional das concessionárias de água e seus altos níveis de perdas de água. Reduzi-las significa aumentar a capacidade de atender maior demanda com a mesma quantidade de água. Consequentemente há redução da necessidade de ampliar a captação de água e a pressão sobre os mananciais. Estudo do Instituto Trata Brasil indica que das 100 maiores cidades brasileiras 39% delas precisam ampliar seus sistemas de captação e tratamento de água e 33% precisam de um novo manancial. Ao reduzir perdas, os investimentos em ampliação de produção de água podem ser postergados, diminuindo o estresse hídrico e o custo de capital e liberando recursos para tantas outras prioridades de política pública.

Para tentar reverter esse quadro, a IFC lançará manual que servirá de ferramenta para gestores públicos e privados para estruturar novas formas de contratação de programas de redução de perdas de água. As diretrizes abordam as dimensões técnica, jurídica e econômico-financeira. O modelo proposto tem como base os contratos de performance e está pautado em três pilares: redução do custo de transação, financiamento privado e remuneração por resultado.

Diferentemente das contratações públicas tradicionais, onde os diversos serviços associados a um programa de redução de perdas de água são contratados por meio de diferentes licitações, o manual propõe uma contratação integrada. Esse modelo, além de reduzir custos de formatação de projetos, diminui riscos associados à descoordenação de ações interdependentes. Além disso, a remuneração do prestador de serviços é vinculada aos resultados obtidos com o programa. Na prática, as concessionárias de saneamento não são obrigadas a desembolsar qualquer recurso caso as metas estabelecidas não sejam atendidas. E o valor a ser desembolsado será gerado pelo próprio projeto. Cabe ao contratado obter os recursos financeiros necessários à realização do projeto. Esse mecanismo diminui a pressão financeira sobre as operadoras de saneamento, muitas delas com acesso limitado a crédito e dependentes de recursos dos governos estaduais. A IFC e outros órgãos multilaterais já dispõem de linhas de financiamento específicas para esse tipo de projeto.

A contratação integrada e por performance assegura ainda que o prestador de serviços traga para o projeto todo o seu know-how e conhecimento, pois deverá atingir metas e entregar resultados.

Diferentemente do que se pode pensar, o conhecimento sobre redução de perdas de água não é exclusivo do setor privado. Algumas empresas estatais de saneamento têm importantes programas de redução de perdas e já exportam tecnologia para outras empresas públicas. É o caso da parceria público-público entre Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo) e a Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas). A parceria reduziu em vinte pontos percentuais as perdas em determinadas regiões do município de Maceió. Isso significou, sem a necessidade de investimento em captação em novos mananciais, o fim do rodízio de água em alguns bairros e a disponibilidade de maior volume para abastecimento da orla, onde estão localizados os principais hotéis e restaurantes da cidade.

A sustentabilidade do uso dos recursos hídricos não se limita às ações de consumo racional da água - indispensáveis para reduzir o desperdício pela população. É fundamental que a agenda ambiental e social acolha a eficiência operacional e redução das perdas de água como vetor para a preservação do meio ambiente e qualidade dos serviços públicos.


Enchentes do Rio Taquari numa visão de Cleto Werle


Cleto Werle e as inundações em Estrela

Levando em consideração que nossa terrinha de tempos em tempos enfrenta o flagelo das enchentes do Rio Taquari, com muitas famílias desabrigadas, a Folha de Estrela publica hoje uma matéria que fizemos com um especialista na área.

Nascido em Estrela, no dia 5 de setembro de 1958, Cleto Werle é casado com Elis Margareth Meiners Werle, pai de Carolina. Estudou na Escola Nicolau Müssnich e Ginásio Industrial de Estrela onde fez os cursos, Técnico de Eletricista e Marcenaria. Fez o Ensino Médio no Colégio Santo Antônio e Ciências Econômicas na UNIVATES.

Funcionário público federal desde 1979. Trabalhava no extinto INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social como Agente Administrativo. Em 1999 foi cedido para Secretaria Municipal de Saúde de Estrela, onde permanece até os dias atuais.

O interesse pelas cheias:

Desde menino se interessava pelas enchentes do Rio Taquari. Acompanhava a evolução do nível das águas, chegando a fazer lagoas como mini-laboratório para observar o comportamento das águas.

Acompanhou sua primeira cheia em 1965, quando tinha 6 anos e 11 meses de idade. Desde então não parou mais. Montou um banco de dados com o monitoramento que realizava e construiu um saber prático a partir de informações que colheu com pessoas idosas da comunidade.

Por outro lado sempre gostou de matemática, estatística, geografia e história, e passou a utilizar seus conhecimentos para avaliar numericamente o histórico das chuvas e prever cheias na área da Bacia Taquari-Antas.

Cleto sempre foi bom observador, e disse que as fases da Lua também são importantes para prever inundações assim como o comportamento das estações do ano.

O Início na Defesa Civil:

A partir de 2001, ano em que ocorreram duas grandes enchentes, Cleto passou a integrar a Defesa Civil de Voluntários de Estrela. O QG funcionava na Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Estrela.

Nesta época ainda não havia monitoramento de Precipitação Pluviométrica de forma oficial. Pesava muito a experiência das pessoas.

Flagelados:

Cleto lembra que passava de moto pelos bairros com domicílios em áreas alagadiças chamando a atenção da população para sair das áreas de risco.

O Homem das Enchentes fala sobre o sofrimento das pessoas que ficam flageladas em inundações, que muitas vezes relutam em deixar a residência, pois é tudo que possuem na vida.

Constroem casas nestes locais, pois normalmente os terrenos são de baixo valor e próximos dos centros das cidades.

Enchentes:

As cheias de 2001 foram as que mais impressionaram o pesquisador, pois houve muita perda material da população atingida pelas duas cheias com curto período de tempo entre elas.

Outra cheia que chamou sua atenção foi a de janeiro de 2010, quando o Rio Taquari chegou a subir um metro por hora. Cleto informa que na oportunidade choveu em torno de 230 mm em 24 horas, nas cabeceiras de três rios que desembocam no Taquari: Forqueta, Arroio Jacaré e Guaporé.

Falando das inundações históricas destaca as grandes enchentes de 1941, 1946, 1950 e 1956, que castigaram muito o Vale do Taquari e Rio Grande do Sul.

Nos últimos cinco anos ocorreram oito enchentes. Werle credita o fenômeno ao desmatamento e impermeabilidade do solo, com muitas construções de prédios, ruas e calçadas. As cheias estão ocorrendo com mais freqüência e maior rapidez na subida das águas.

Defesa Civil de Estrela Hoje:

Fala com satisfação do novo momento da Defesa Civil de Estrela, que está sendo profissionalizada e equipada.

Em seis minutos lança no sistema volumes de chuva em Estrela, e obtém resultado da precipitação em toda Bacia Taquari-Antas. Com dez horas de antecedência já se pode fazer previsão de cota das enchentes.

Somando-se a isso, a Defesa Civil de Estrela recebeu uma caminhonete L-200 Modelo Triton Mitsubishi, para deslocamento da equipe. Tem escritório no município de Estrela na Rua Borges de Medeiros, 306, com atendimento diário. 

O Coordenador é Jorge Both, assessorado pelo secretário, Carlos Alessandro Bremm. A operacionalização é feita por João Carlos Luft e Cleto Werle do setor técnico.

Ensina que a Defesa Civil atua em diversos eventos adversos, sejam eles naturais ou tecnológicos (vendavais, inundações, estiagem, foco de dengue, incêndios, transporte de cargas perigosas entre outros).

Texto e fotos - Airton Engster dos Santos
Fotos: Memorial da Aepan-ONG
Matéria Publicada no Jornal Folha de Estrela













Incêndio no antigo prédio da Polar em Estrela-RS


Enaltecemos o trabalho dos valorosos Bombeiros, BM, Jiipeeiros, Compasul, Funcionários da Prefeitura e Defesa Civil. Mais de 6 horas de luta contra as chamas no antigo complexo da AMBEV.
Fotos - Airton Engster dos Santos
31 de julho de 2013























Aepan-ONG participa de evento da Defesa Civil de Estrela-RS



Viatura da Defesa Civil entregue no Marmitt

Na manhã de quinta-feira (1º), no Loteamento Marmitt, o primeiro a ser atingido pelas cheias do Rio Taquari, foi feita a entrega oficial da viatura da Defesa Civil. O veículo foi recebido pelo Projeto de Fortalecimento das Defesas Civis Locais, ação da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Trata-se de uma caminhoneta gabinada, com tração nas quatro rodas e que servirá para o apoio das atividades da DC. Além da viatura, Estrela foi contemplada com computador, aparelho de GPS, rádiocomunicador e coletes.

Apenas 106 municípios do Brasil receberam o kit, sendo quatro deles no Rio Grande do Sul. Entre os critérios para entrega estavam a organização das DC locais, cursos realizados pelos agentes e número de famílias atingidas pelas calamidades.

A entrega foi simbolicamente feita pelo prefeito Carlos Rafael Mallmann a moradora Adelaide Ledur. Ela é uma das desalojadas em épocas de cheias. “Estamos felizes porque seremos melhores atendidos”, enfatiza. Mallmann afirma que a profissionalização da Defesa Civil é uma promessa cumprida.

Estiveram na cerimônia, em frente a praça de esportes do Marmitt, o vice-prefeito de Cruzeiro do Sul Lairton Haushild, secretários municipais, vereadores, representantes de clubes de serviços, da Defesa Civil de outros municípios, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Aepan-ONG e jipeiros. Muitos deles com atuação decisiva em calamidades como as enchentes que atingem o local.

Fotos - Airton Engster dos Santos