Degradação dos arroios Sete de Setembro e Conventos Vermelhos em Roca Sales


Degradação dos Arroios em Roca Sales
Roca Sales - O Departamento Municipal de Meio Ambiente faz um trabalho de avaliação do estado de degradação dos arroios Sete de Setembro e Conventos Vermelhos, que banham o município. 

Segundo o coordenador da iniciativa, o biólogo Cristian André Prade, que conta com o apoio da estudante e estagiária na área de Biologia Fabiele Brandt, o principal problema verificado é o despejo de dejetos (esgoto domiciliar), que ocorre por meio de ligações clandestinas. “Parece que muitos cidadãos esquecem de utilizar a fossa com filtro e sumidouro”, enfatiza o técnico ambiental. O lançamento dos dejetos nos cursos d’água causa sérios impactos ambientais, já que várias espécies de peixes não conseguem sobreviver no local. 

“Água parada aliada ao elevado índice de matéria orgânica favorece os surtos de mosquitos, que se desenvolvem com muita rapidez em função de não ocorrer inimigos naturais, como o caso dos peixes, que são bioindicadores da qualidade ambiental dos ecossistemas aquáticos”, explica. Os moradoras da Rua Cândido Giongo, por exemplo, já se queixam do aumento da quantidade de mosquitos nas redondezas. Os técnicos vistoriaram o curso da água do local e observaram a ocorrência de poças com elevado teor de matéria orgânica, ambiente que apresentou um grande número de larvas de insetos, em especial de pernilongos. 

“Temos que procurar controlar esses surtos de insetos, pois vale lembrar que a espécie de pernilongo Culex quinquefasciatus é a vetora primária da filariose bancroftiana no Brasil, além de arboviroses (vírus transmitidos por artrópodes)”, informa. “Todos devemos começar a fazer a nossa parte. Primeiro, é não despejar o esgoto nos cursos d’água, implantando a fossa com filtro e sumidouro em cada residência, além de não destruir a vegetação na beira dos arroios e demais cursos d’água. Deste modo, estaremos favorecendo que os pernilongos e demais insetos possam ser controlados por seus inimigos naturais, como é o caso de muitas espécies de peixes”, evidencia Prade.

Para finalizar, o biólogo salienta que não adianta exigir somente dos órgãos públicos medidas para sanar os impactos ambientais se a grande parcela da população não começa a dar o exemplo em sua residência. “Muitos acreditam que lançando o esgoto no curso de água estão se livrando do problema, porém, ocorre o contrário. Estamos aumentando o problema para todo o município e causando maiores riscos à saúde pública. Portanto, a solução é a conscientização, que deve partir de cada cidadão.”

Fonte - Jornal Informativo do Vale
7 de janeiro de 2012

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