Dilma Rousseff abriu oficialmente a Rio+20


Crise atual é a mais grave desde 2ª Guerra, avalia Dilma em discurso de abertura da Rio+20 Roberto Stuckert Filho,Presidência da República/Divulgação
Foto Oficial Rio + 20


A presidente Dilma Rousseff abriu oficialmente a Rio+20 nesta quarta-feira reforçando que os representantes das nações estão reunidos para dar "passos audaciosos, mostrar coragem e assumir responsabilidades". Durante o discurso, a presidente destacou que economia mundial enfrenta a mais grave crise desde a 2ª Guerra Mundial e importantes nações então em ritmo mais lento, quando não estão em recessão.


A presidente cobrou políticas de ajuste que atinjam "as partes mais frágeis da sociedade" e criticou os modelos de desenvolvimento:

— São modelos de desenvolvimento que esgotaram a capacidade de responder aos desafios contemporâneos.

Ela lembrou dos compromissos estabelecidos em 1992 em torno do desenvolvimento sustentável, que colocou a erradicação da pobreza como "requisito indispensável" da ação política ligada à agenda ambiental, com a premissa de que a geração presente não se construiria em detrimento da geração futura.

— O desafio da sustentabilidade se apresenta em razão de uma perspectiva futura, mas as tarefas são do presente. Tempo é o recurso de maior escassez — discursou a presidente.

Dilma cobrou ainda "políticas indutoras de crescimento e emprego" como "a única via segura para o crescimento da economia" e disse estar consciente de que "a recuperação, para ser estável, tem de ser global". Ainda segundo ela, "é forte a tentação de tornar absolutos os interesses nacionais na resolução de crises."

Modelo sustentável

Na avaliação de Dilma, o Brasil tem avançado com o modelo de desenvolvimento sustentável, com inclusão e justiça social. Ela destacou que, nos últimos anos, 40 milhões de pessoas pobres ascenderam à classe média e 18 milhões de empregos formais foram criados, com expansão da renda dos trabalhadores.

— Temos mantido matriz energética limpa e nossas fontes renováveis representam 45% da energia que consumimos — disse, acrescentando que, desde 2003, 75% das áreas de preservação criadas no mundo estão no Brasil.

De acordo com a presidente, mais de 80% da cobertura da floresta amazônica está preservada. Dilma ressaltou ainda que o Brasil é uma potência agrícola que tem ampliado em mais de 180% a área plantada com tecnologias e insumos eficientes.

— Sabemos que o desenvolvimento sustentável é a melhor resposta e que isso implica crescimento da economia para distribuir riqueza, criação de empregos formais, ampliação de renda e redistribuição de renda para pôr fim à miséria.

Na visão de Dilma, é necessário tornar cidades cada vez mais sustentáveis, seguir reduzindo o desmatamento e usando a biodiversidades com segurança, além de proteger rios e florestas.

Dilma também cobrou a necessidade de redução dos padrões mundiais de consumo e criticou os países desenvolvidos pela transferência das indústrias poluentes do Norte para o Sul, o que "colocou as economias desenvolvidas no rumo de uma produção mais limpa, mas deixou uma pesada carga para os países em desenvolvimento".

Segundo a presidente, os compromissos de redução do Protocolo de Kyoto não foram atingidos e o compromisso da Eco-92, primeira conferência sobre sustentabilidade, há 20 anos, "tem sido recusado na prática".

— Sem ele (compromisso) não é possível a construção de um mundo mais justo e inclusivo", afirmou. "O Brasil reconhece que há várias conquistas de 1992 que ainda permanecem no papel e nós, chefes de Estado, temos de mudar.

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